terça-feira, 23 de março de 2010

RRRÓOOOOOO PSSSiiiuuuuuuu

Toda a gente que olhar o título deste post, pensará "mas o gajo flipou a marmita!!!???", resposta: não.

RRRÓOOOOOO PSSSiiiuuuuuuu é uma pérola que ontem descobri aquando de um início de noite marcado por uma insónia.

A história é a seguinte: ontem a minha mulher não se estava a sentir bem, foi trabalhar, contrariamente ao meu conselho, e já ao final do dia decidiu ir ao médico para verificar o que se passava com ela.

Após a consulta o diagonóstico era o de uma amigdalite e o tratamento começava de imediato com uma injecção de penicilina nas nalgas.

Uma vez chegada a casa com os dois garotos ela perguntou-me se era muito mau eu não ir jogar à bola naquela noite (as segunda-feiras à noite são as noites das futeboladas entre amigos), eu como marido compreensivo que sou e sabendo que ficar com aquelas duas pestinhas já é mau para quem está saudável o que será para quem está doente, disse prontamente que... era mau..."olha aquela besta..." estarão muitos de vós a pensar, terão em parte razão.

O motivo da minha recusa, fazendo uma breve inflecção no discurso, prende-se com o facto de, como sou eu muitas vezes o organizador das jogatanas, sinto a dor particular de quando alguém me liga quando falta uma hora para começar o jogo a dizer que não pode ir. Uma hora é muito pouco tempo para arranjar alguém disponível para o meeting futebolístico, ainda por cima ontem éramos conta certa se eu faltasse uma equipa ficava a jogar com menos um elemento.

Não podia fazer isso aos meus camaradas de bola.
No entanto também não podia fazer a minha mulher ficar com a trabalheira toda dos garotos no final de tarde/início de noite, então resolvi a coisa da seguinte forma.

Falei com a minha zombie mulher a certificar-me que ela tinha saúde suficiente para viver pelo menos mais 3 horas, depois arranjei os míudos, despi-os, troquei fraldas, vesti-lhes os pijamas e apenas ficou a faltar dar-lhes o jantar (que já estava pronto).

O Martim gosta sempre que um de nós, preferencialmente eu, vá para a cama com ele, lhe leia uma história e fique com ele até adormecer, é uma tarefa morosa e ás vezes, dadas as birras do puto, penosa também, pelo que, roído pela culpa de abandonar a minha mulher entregue à doença e aos mini-hooligans lá de casa, concordei com que ela o levasse para a nossa cama na hora de deitar uma vez que ele adormece com muito mais facilidade, logo a minha mulher não teria tanto trabalho.

Quando cheguei da futebolada, que correu muito bem com uma vitória arrancada no último quarto de hora do jogo, tudo estava calmo, toda a gente dormia e ressonava...

Ressonava, ressonava tanto que a minha cama parecia uma espécie de orquestra de precurssão acompanhada a laivos de voz quando o Martim falava a dormir entre um ressono e outro, ora da mãe ora do filho.
Falava sobre motas, sobre piratas, sobre o irmão... o puto falava tanto que a dada altura eu já estava cansado só de o ouvir naquela agitação toda.

Fiquei impressionado com a intensidade com que o puto vivia os sonhos, melhor que isso, eu perguntava-lhe coisas e acompanhava os raciocinios dele a dormir e o gajo respondia-me...eheheheh que maravilha, diverti-me com aquilo durante 2 ou 3 minutos até que achei que o puto se continuasse naquele lufa-lufa não ía descansar nada de jeito e acordei-o calmamente. Ele olhou para mim, disse-me que tinha estado à minha espera na cama dos papás, deu-me um beijinho e ficou-se, desta vez a dormir com mais tranquilidade, mais tranquilidade mas com o bom ressono de volta.

Passado um bocado, estava eu a ver um episódio de "ossos" na Fox acompanhado pelos ressonares estridentes da minha mulher e do meu filho mais velho, eis que senão quando um barulho diferente me prende a atenção, um barulho que me remeteu de imediato para a ficção animada que consumi alarvemente enquanto petiz e que consumo agora de forma igualmente alarve enquanto pai.

RRRÓOOOOOO PSSSiiiuuuuuuu.......RRRÓOOOOOO PSSSiiiuuuuuuu......RRRÓOOOOOO PSSSiiiuuuuuuu..... isto meus amigos era um twist no ressonar da minha mulher. A minha mulher ressona como os personagens dos desenhos animados, RRRÓOOOOOO PSSSiiiuuuuuuu era um tipo de ressonar que pensava que só existia na televisão, mas estava retundamente enganado. O RRRÓOOOOOO PSSSiiiuuuuuuu é real, ele existe, e graças a Deus que existe, pelo menos ontem a confrontação com tão mítico som, que me acompanhou durante toda a minha infancia televisiva, serviu para, agarrado a morder a almofada, dar umas valentes gargalhadas.

RRRÓOOOOOO PSSSiiiuuuuuuu, obrigado por existires realmente.

Joana, obrigado por seres o único ser que conheço à face da terra de ressona RRRÓOOOOOO PSSSiiiuuuuuuu e ainda por cima dormes na minha cama, que bonús delicioso...

Beijo

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