domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ginja is Back...

Como é possível que ainda não me tivesse lembrado de escrever sobre uma coisa tão marcante na minha vida familiar como o regresso da gata Ginja cá para casa.

Pois caros amigos, tenho outra vez um gato em casa (mais propriamente uma gata).
esta saga começou, vai fazer 6 anos, quando a minha mulher achou que nas suas folgas ficava muito sózinha em casa...(as palermices que pensamos quando não somos pais...)

Propôs-me um animal de estimação, para mim, um hamster ou um piriquito tinha servido perfeitamente, mas a opção foi um gatinho...

Como, analisando rápidamente a coisa, sempre era melhor que ter um cão, pois o gato não precisa dos passeios a todas as horas, concordei em acolher o bichinho, no pressuposto de que seria a minha mulher a tratar dele.

Lá fomos a Almada, a casa de um familiar buscar a gatinha persa bebé. Era uma graça (tudo o que é pequenino tem graça, ...daí o facto de eu não ter passado do 1,67mts), parecia uma bola de pêlo, muito sossegada, aparentemente a coisa tinha tudo para correr bem.

Pois é, fazendo um breve descritivo aqui ficam alguns pontos que não foram considerados na altura e que poderiam ter pesado numa tomada de decisão diferente (tipo hamster ou piriquito):

1º queriamos ser pais cedo (logo a minha mulher não ficaria com a sensação de solidão por muito mais tempo) e passados 2 anos "engravidamos"

2º a gata é persa...a quantidade de pêlo que ela generosamente nos solta por toda a casa é uma enormidade

3º e a guita que se gasta!!! esterilização, consultas periódicas, comida, acessórios, ainda por cima esta veio com o extra de que sofre da bexiga e dos rins e se não come uma determinada ração, que custa tanto como o mais fino caviar do mercado, fica sempre com infecções urinárias que resultam em mais idas ao veterinário, mais antibióticos e vacinas e o raio que a parta.

4º a minha cunhada é alérgica... coitada, ela ainda tentou ir a nossa casa umas vezes, mas houve uma vez que ía morrendo sofocada e, sinceramente, eu sei que a minha família é uma família simpática mas tenho noção de que não vale a pena morrer para a ir visitar. conclusão, o meu irmão e a minha cunhada não podem ir lá a casa.

5º a quantidade de mobiliário que a sacana da gata já estragou é impressionante

6º a minha mulher não é imune à toxoplasmose...o que é que isto quer dizer???, quer dizer que durante os dois periodos em que esteve grávida (+- 18 meses) eu é que tinha de limpar gateira, escovar, brincar, em suma tratar da gata.

7º a gata dorme durante o dia, logo à noite está sempre na disposição de arranhar as portas e miar até que acordemos de forma a dár-lhe uma chinelada no lombo.

Estou certo que mal acabe de escrever este post ainda me vou lembrar de mais "contr-indicações" de ter um gata em nossa casa, no entanto estas foram as óbvias.

Pouco antes do Vasco nascer (era o Martim muito bebé) pedimos a uma das avós, que vive sózinha e que já tem uma idade de respeito, para tomar conta da gata por uns tempos.
Ter dois bebés em casa ao mesmo tempo, estava fazer com que não cuidassemos da gata da maneira que ela deveria ser tratada.
Aliado a isso a Ginja ir fazer companhia à avó era uma solução Win-Win, nós estariamos totalmente focados em sobreviver à paternidade dupla a que nos propusemos, e a avó teria durante algum tempo uma companhia extra.
Com visitas mais ou menos regulares, lá ía a minha mulher a casa da avó, ora para levar comida, ora para levar a Ginja ao veterinário, ora para a escovar e a coisa deu-se durante mais ou menos 2 anos, enquanto lá por casa as coisas voltaram à rotina pré-gata, com o bonus dos dois míudos.

Há 1 mês, agora que o Vasco já anda perfeitamente, e os riscos de enfiar uma bola de pêlo na boca já diminuiu significativamente, a Ginja regressou a casa, a casa nova para onde mudámos em Novembro (coitadinhas das minhas portas novas....)

A coisa está a correr bem, os putos adoram a Ginja, adoram gritar-lhe e tentar dar-lhe pontapés, o Vasco adora meter as mão na comida e na água da gata.
Quando a desgraçada da gata vai à gateira para fazer xixi ou cócó, os dois cercam a gateira, a gritar e a bater no topo da "casota" como que a aterrorizar o desgraçado do bichinho... confesso que tenho tido alguma pena da Ginja neste seu regresso, aquilo que estou em crer ela acredita ser o inferno.

As portas começam a ser arranhadas, os pêlos a andar pelo chão, com o extra de ter agora dois garotos em casa que parecem dois membros da inquisição do mundo felino, que gritam a correr de um lado para o outro, apenas lhes faltando nas mãos os archotes em fogo a gritar "queima, queima, queima...".

Ele há ideias que temos na vida que ás vezes mais valia ter tido, nesses momentos, valentes descargas de diarreia que nos agarrassem à sanita sem qualquer tipo de piedade e nos retirassem a disponibilidade para pensar em mais nada.

Não que queira qualquer tipo de mal ao nosso animal de estimação, mas andei a pesquisar e, segundo o Blog -Tudo sobre gatos e felinos- a esperança média de vida dos gatos em cativeiro situa-se algures entre os 15 e os 20 anos, sendo que o mais velho gato registado viveu 36 anos...ai ai...

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