domingo, 13 de junho de 2010

Credos, Religiões, Seitas e... Trafulhice

Hoje está a apetecer-me achincalhar a burrice, estupidez, atraso mental e desmesurada incapacidade de realizar factos obvios que os fundamentalistas de práticas espirituais sofrem.

O que leva pessoas com o mínimo de capacidade cognitiva e intelectual a acreditar que parte dos seus problemas (ou a sua totalidade) poderão ser resolvidos a queimar incenso, acender velas, adorar estátuas de santinhos, murmurar lenga-lengas, benzer fotografias, etc, etc, etc...?

Eu sei a resposta a esta aparentemente difícil questão, mas só a dou mais à frente.

Todas as pessoas têm credos, uns religiosos outros científicos, outros ainda (como eu) que são uma espécie de mistura entre ambas as partes.

Eu sou um gajo que tenho a convicta certeza de que se puser a queimar um pau de incenso contra o mau olhado em casa, o único resultado prático que esse acto terá vai ser uma fumarada dos diabos dentro de casa que depois, dependendo do fabricante do incenso, poderá cheirar melhor ou pior.

Eu sou um gajo que acredito que as coisas más ou boas que nos acontecem são resultado de uma série de factores e acções que em determinada conjuntura, espacio-temporal terá um resultado, positivo ou menos positivo.

Acredito que a vida não me corre mal porque um vizinho raivoso que não me grama, reza todos os dias a Belzebu para as hemerróidas me saírem pelos olhos, ou pelo contrário a vida me corre bem porque a velhinha que ajudei a travessar a Avenida da Liberdade me achou tanta graça que todos os dias me acende uma velinha para me alumiar o caminho.

Eu, porém acredito que, uma atitude positiva perante a adversidade pode ajudar-nos a ultrapassar, de uma forma menos dura, determinada situação ou momento.
Essa positividade não irá, miraculosamente arranjar-me soluções, não me vai arranjar o dinheiro que me falta ao final do mês, não me vai resolver as dificuldades profissionais e sociais que tenho, mas vai seguramente ajudar-me a ultrapassá-las com uma "suavidade" de espírito maior.

No entanto as soluções para os meus problemas sou eu que as tenho que procurar. Procurar activamente, sem esperar que amanhã seja um dia melhor, ou que miraculosamente me apareça algo ou alguém que me irá resolver um determinado problema.

Os fanáticos religiosos, os fanáticos das crendices, os fanáticos do pózinho de perlim-pim-pim, é o que fazem, têm problemas, têm o "menino nas mãos", como se costuma dizer, e o que é que fazem??!!! põe-se a rezar, a queimar merdas que custam os olhos da cara e do cú todos juntos, a ler papéis amaxucados que trazem nos bolsos com rezas milagrosas sempre que algo não lhes corre de feição e, na realidade e pró-activamente o que fazem para resolver os problemas, ZERO...

Se essas pessoas olharem para trás e procurarem quantos problemas se lhes resolveram na vida porque rezaram uma lenga-lenga ao arcanjo da "punheta" ou ao santo expedito da "piça" irão realizar que ZERO...

ZERO é o número mágico para esses alternativos dos cheirinhos e das cantilenas, ZERO problemas resolvidos, ZERO credebilidade perante os restantes mortais, e muitas vezes ZERO euros na carteira.

E chegámos à resposta à questão inicial deste post.

O que faz com que pessoas com o mínimo de capacidade cognitiva e inteligência enveredem por todos estes caminhos alternativos da trafulhice, vigarice e desespero é a falta de euros na carteira.
Resalvo excepções do foro psiquiátrico que também se incluem no lote destes "pobres de espírito", mas esses, coitados, são inimputáveis.

Mas voltemos à "revelação", notem quais os países mais ferverosos religiosamente, mais dados a seitas, mais dados às actividades espirituais como forma de resolverem as suas vidas da melhor forma...estou certo que quem ler estas linhas, fácilmente chega a nomes como Brasil, Iraque ou Irão, grande parte dos países Africanos, assim como grande parte dos países da América central e do sul.

Que países são estes em termos culturais? é fácil, países, muitos deles em vias de desenvolvimento, mas com profundas desigualdades sócio-económicas, com altos índices de pobreza extrema, com grandes taxas de criminalidade.

Quantos países na europa se conseguem lembrar que sejam declaradamente fanáticos religiosos, eu só me lembro da Irlanda (poderão existir outros, mas sinceramente não me lembro).

Há três grandes motivos na história da humanidade para a guerra, dinheiro, poder, e religião, outros motivos se lembrarão mas serão "satélites" a estas três temáticas centrais.

Reparem que ainda hoje, em 2010, século XXI, no médio oriente, os fanáticos religiosos, acham que para o mundo ser perfeito, eles têm que matar todos os que não comungam da sua religião e acreditam que o facto de viverem em países miseráveis e com altos índices de pobreza extrema são a forma de Alá os castigar pela guerra santa ainda não ter dado o resultado final desejado, ou seja a supremacia da religião muçulmana sobre todas as outras.

Eu sou um tipo tolerante, não me chateia que as pessoas tenham crenças se isso as ajuda de alguma forma a ultrapassar momentos difíceis, no entanto tudo tem limites e quando essas pessoas perdem o descernimento, a capacidade de medir o ridiculo ou ainda quando querem envolver os outros nas suas práticas, aí a tolerância fica mais difícil.

E quando falo envolver os outros nas práticas, não falo necessáriamente da evangilização pura, do massacre tipo Testemunhas de Jeová, sempre a chatear para aderir à causa, falo do indirectamente estar sujeito às práticas como por exemplo, estar num espaço comum e ter que levar com uma pessoa a "bichanar" frases e rezas aos santinho, falo do ter que levar com os fumos dos incensos quando partilho espaços comuns, falo do ter que aturar atitudes que não estão dentro dos padrões sociais, ditos normais.

Será que para além de serem "cegos" nas suas adorações estas pessoas não têm a capacidade de perceber que podem ferir as formas de estar dos outros, submetendo-os a constantes demonstrações da sua "fé"?

Se querem "bichanar", "bichanem" em recolhimento, se querem queimar velas, incensos ou ervas o façam sem a presença daqueles que, partilhando o mesmo espaço, não comungam das mesmas ideologias.

Que revejam as suas atitudes, que procurem causas para os seus problemas e as respectivas soluções, que procurem, de uma forma séria e emprenhada, em preceber o que raio ganham com práticas primárias de folquelor e histórias da carochinha.

Vão chegar à colclusão que, apesar de a fé lhes dar um conforto espiritual que não ponho em causa, possa ser legítimo, não é ela o motor do seu desenvolvimento social e que esse só se consegue à base de resoluções terrenas, práticas e do empenho sério e activo na busca de soluções para os problemas do dia a dia.

E notem mais, sem excepção, por detrás de cada religião, crença, ou seita, há sempre uma instituição, um grupo organizado ou um índividuo per si que ganha SEMPRE bom dinheiro, dinheiro que poderia, se dispendido de uma forma mais proveitosa, ser o motor de desenvolvimentos mais importantes não apenas para o individuo que o gasta mas para a própria sociedade.

Agora o cenário actual e futuro é que sempre existirão pessoas fragilizadas pelas circunstâncias da vida, pessoas mais fracas de espírito, pessoas mais inseguras que continuarão a alimentar essas máquinas de "sonhos", que fruto dos problemas sociais e humanos cada vez mais frequentes em determinadas sociedades, continuarão, por vezes com sacrifícios financeiros avultados, a ir no conto do vigário, na trafulhice do bom falante das palavras bonitas de conforto que, uma vez de bolso cheio, ao invés de altruísticamente ir praticar o bem e combater a fome, vai para a sua casa de milhões, no seu Ferrari amarelo, de sorriso no rosto, certo de que amanhã outro incauto desgraçado estará junto a si disposto a sacrificar os seus últimos tostões à espera do "milagre" definitivo que lhe vai levar a vida a bom porto.

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