domingo, 31 de janeiro de 2010

O artista está em decadência.

Sempre tive a mania de que tinha algo de estrela em mim e que mais cedo ou mais tarde estaria condenado a brilhar por esses palcos fora, a exibir uma qualquer arte, nunca me decidi bem por qual.

A dada altura, num passado mais ou menos recente, fui actor de teatro amador, fiz meia duzia de peças, uma das quais de grande gabarito, como que a fazer jus ao nome do meu blog.

A peça era um musical - " O Casino" e eu, como não podia deixar de ser era figura de destaque no elenco. Fazia na parte inicial da peça de bêbado que tenta a toda a força entrar no Casino. Mais à frente de um advogado viciado em Roleta e que tinha um dom especial para a música.
Para além das falas que tinha ao longo da peça, tinha de cantar ao vivo dois temas, o primeiro o "Up were we belong" um dueto que ficou famoso no filme "Oficial e Cavalheiro" e que originalmente era interpretado pelo Joe Cocker e pela Jennifer Warnes.
Eu e a Sandra Neves interpretávamo-lo com grande brilhantismo.

A solo tinha ainda de cantar o imortal "My Way" do não menos imortal Frank "the voice" Sinatra e o "Stangers in the night" também do Frankie.

Esta peça em particular foi um sucesso, com destaques na impensa local, e criticas muito positivas por parte do público.
"O Casino" deu origem a uma sequela, "O Casino II".

Eu fazia a mesma personagem de advogado (o bêbado já não estava no cast) e, claro está, tinha também de cantar.

Tinha à mesma um dueto, desta feita com a Elvira Pereira, no qual cantávamos, também brilhantemente, o "up were we belong" numa espécie de encore, a pedido de várias famílias e cantava a solo o "Just a Gigolo" do Louis Prima.

A peça foi outro sucesso estrondoso, ganhou o 1º prémio na 1ª mostra de teatro amador de Cascais perante a plateia repleta da SMUP na Parede com capacidade para +-200 pessoas e obteve por parte da critica e imprensa local o mesmo destaque da primeira versão.

Depois chegou a altura da faculdade e as incursões pelo mundo da representação deram lugar ás alcoólicas noites da Tuna do ISLA, a Tunilingus.

Para além de tocar cavaquinho, era um dos tenores da tuna e solista num dos temas de abertura das nossas actuações.
Foram anos fantásticos, recheados de actuações ao vivo, de aclamações pelos alcoolizados públicos que nos ouviam, e de tamanhas bebedeiras em palco que por vezes o alinhamento da actuação era definido aquando da subida ao palco e entre arrotos e mais tragos de cerveja.

Os anos de teatro mais os anos de tuna, aguçaram o gosto que já tinha por música.
Em casa, no trabalho ou qualquer outro lado ou situação, quem me conhece sabe que estarei sempre, ou quase sempre, a trotear qualquer coisita.

Exemplo: o duche, esse grande momento que agarrado ao chuveiro, qual microfone, e de olhos fechados como que a cantar para um Royal Albert Hall repleto para me ouvir, sempre cantei músicas comerciais, fados, rock, modinhas da tuna, um pouco de tudo uma vez que sou altamente eclético no meu gosto musical.

A decadência a que cheguei na minha actividade artística tem chegado ao seu apogeu desde que fui papá.
O duche, palco que outrora era complementado com palcos a sério é agora o meu único, molhado e solitário palco.
Como se isso não bastasse, temas como, My Way, Numb, Are u lonsome tonight, Allways, entre muitos outros, ou da moda, ou clássico de sempre, deram lugar aos massacrantes Abram alas ao noddy, ao Ruca, aos Macaquinhos que saltam na cama, e muitos outros da animação de hoje em dia.

Pior, do chuveiro, já passei a cantar, sem dar conta, como que possuído pelo espírito dos desenhos animados, em sitios, como o carro, as filas do Multibanco ou até o escritório!!! (facto que não deve abonar muito em meu favor, uma vez que partilho o gabinete com o director geral da empresa).

Alguém me sabe dizer quais são os "pingos" que tenho de tomar para aliviar estes sintomas da paternidade recente??

O maior Eufemismo que ouvi nos últimos tempos.

Ontem tive um serão bastante bom.
Assim que a minha mulher chegou do trabalho, saltei casa fora, qual seta laçada por uma Besta afinada (é que parecendo que não, estar o dia todo com os dois putos fechado em casa é coisa para levar ao desespero o mais extremoso dos pais, categoria na qual me incluo sem qualquer modéstia).

Então, enfiei-me no carro e lá fui eu rumo a Lisboa para assistir ao vivo ao Glorioso vs V.Guimarães.

Resultado final 3-1, mais uma bela exibição (com dois grandes golos do Carlos Martins mais um do Pablito Aimar) e a certeza reforçada de que este ano o Campeonato dificilmente vai para outro lado, senão os escaparates do Museu da Luz.

Depois de uma caminhada de meia hora desde o Gloriosos Estádio da Luz até Telheiras (onde eu tinha deixado o carro), enfiei-me no carro e conduzi até casa com aquele sorriso no rosto, característico de quem ficou de papinho cheio e de que a vida lhe correu bem.

Cheguei a casa e o pessoal já estava todo na caminha, impecável, vou conseguir jantar descansado enquanto vejo o resumo do jogo num qualquer canal de notícias.

Como o esparguete com massa guisada que a minha mulher preparou para o jantar "não me cheirou" e como ainda vinha influenciado pelo ambiente à volta do estádio, repleto de roulottes de fast-food artesanal, abri dois papo-secos, enfiei duas salsichas em cada um, enchi-os de maionese e ketchup, abri uma bejeca e sentei-me no sofá, conforme planeado a ver as notícias.

Parei na RTP-N, onde estava a dar um programa que se chama Zona Mista, que para além do Pivot da RTP tem dois comentadores, que de tanto se picarem um ao outro em directo, mais parecem o Statler e o Waldorf, os dois velhos da Série "Os Marretas" que tudo criticavam e estavam sempre em desacordo.

Ora bem estes dois "artistas" de seus nomes João Golbern e Bruno Prata, lá foram analisando as incidências da partida, a prestação da equipa de arbitragem (que por sinal foi tão franquinha, mas tão fraquinha que durante o jogo e em alto e bom som, insultei a mãe do Elmano Santos aí umas 230 vezes, isto para além de o ter definido outras tantas vezes como Bovino Mirandês)até que chegaram à análise de um desentendimento que aconteceu entre o Cardozo e o Carlos Martins.

O desentendimento entre o Carlos Martins e o Óscar Cardozo deu-se aquando de um lançe de perigo do Glorioso, o Cardozo optou pelo remate quando tinha o Carlos Martins em melhor posição para alvejar a baliza de Nilton. O Carlos Martins chegou-se ao Cardozo e disse-lhe umas 3 ou 4 vezes "Passa a bola, passa a bola".

O Jorge Jesus na conferência de imprensa desdramatizou a situação e disse que a mesma se deveu ao Cardozo estar obsecado por marcar um golo para o dedicar ao colega de Selecção, o Paraguaio Cabañas, actualmente a jogar num clube mexicano.

Aquando da análise do Bruno Prata ao lance, ele desvalorizou o incidente concordando com o Jesus no aspecto de que o Cardozo estava muito focado em querer marcar um golo para o dedicar ao Cabañas que, palvras do Bruno Prata, "...teve um pequeno problema esta semana..."

Ora esta classificação do problema que afectou o Cabañas, feita pelo Bruno Prata, quase me fez sair a Sagres que estava a beber pelo nariz, tal foi o engasgo que me provocou.

Para os menos familiarizados com o problema que afectou o Cabanãs esta passada semana, o que se passou foi nada mais, nada menos que:
1º estava num bar com os amigos;
2º vai à casa de banho mudar a água às azeitonas;
3º leva um balázio nos miolos e fica vivo mas em estado crítico;

Depois de assentar ideias (durante aí 3 segundos) sobre a razão de tão forte eufemismo, utilizando a espressão "pequeno problema" para classificar um tiro na cabeça, fez-me ficar com uma pena do caraças do Bruno Prata.
Imaginem vocês que, se para ele levar um tiro na cabeça é um pequeno problema, como é que não vai a vida do caro Bruno.

Bruno, se me estás a ler (provavelmente não estás), tu tem calma rapaz, há por aí bons psicólogos, deita-te num divã a soltar a amargura da tua vida. Não entres em desespero, não faças nenhuma borrada.
Apesar de os comentários futebolísticos ficarem bem melhor sem ti, tenho a certeza de que há algo aí pelo mundo à tua espera e que te vai despertar o desejo de viver (preferêncialmente calado e fora dos ecrãs).

"Pequeno Problema"...o homem ficou com parte dos miolos a redecorar um WC público... aí Bruno Bruno...

sábado, 30 de janeiro de 2010

O fim-de-semana.

Ahhh que maravilha...hoje é sábado, para todos aqueles que como eu trabalham de segunda a sexta, eis que chega o tão aguardado momento do merecido descanso do guerreiro.

Podemos dormir mais um bocado, podemos fazer aquilo que nos apetecer, ler, ver televisão, bezerrar entre a cama e o sofá, sair com os amigos, jantar fora, ir ao cinema, eu sei lá... um sem número de coisas que nos limpam a alma e nos preparam para a semana que irá recomeçar dois dias à frente.

Tudo o descrito acima desde há três anos a esta parte sofreu um twist vertiginoso, fui pai.

Ah pois é bebé... hoje, como comecei por escrever, é sábado, no entanto agora que se aproximam as 9:00h, já se passou o seguinte:

7:05 acorda o Martim
7:10 acorda o Vasco
7:20 biberons (o do Vasco teve de ser enfiado na boca a martelo)
7:30 Canal panda
8:00 Canal Panda
8:30 Cena de pancadaria entre irmão (nada de grave, apenas uns amassos mais efusivos)
9:00 ainda estou no Canal Panda, agora com algumas paragens para abrirem gavetas da cozinha, para espalhar brinquedos pela casa toda, para atazanarem o juízo à desgraçada da gata e mais animação que aí virá.

Previsão do resto do dia: como está um tempo que até mete nojo aos cães, o mais provável é que fiquemos em casa a repetir a rotina do Canal Panda, com umas incursões pelo UP - Altamente, pelo Shrek e pelo Faísca McQueen, apenas fazendo pausa para almoço e respectiva sesta.

Previsão para domingo - Aplicar o descrito nos parágrafos acima.

Ahhhh a doce animação da paternidade...

Como sou um gajo positivo, e como os pirralhos têm, um 3 anos e o outro 18 meses quero acreditar que daqui a, ...vá lá... 10/12 anos, isto acalme e eu possa, finalmente, dormir novamente até mais tarde, ler, ver televisão (sem ser o Canal Panda) e sair para fazer o que der na real gana.

Enquanto isso não acontece, posso sempre espairecer de segunda a sexta.

P.S. para os não-pais: não se deixem intimidar pelo descrito acima, a paternidade, no balanço final vale bem a pena. Beijos Míudos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Fico à espera.

Ontem, o Director-Executivo da Apple, Steve Jobs, parou o mundo, quer dizer, parou o mundo que se interessa por aquelas coisas, com o lançamento da nova coqueluche da Apple.

O lançamento em questão e muito resumidamente, é o de um computador, revolucionário, que não tem teclado.

Munido de um monitor touchscreen, Steve Jobs descreveu-o como um produto revolucionário que fica a meio camminho entre um Laptop e um Smartphone.

Ora como se não bastasse inventarem uma coisa que fica a meio caminho de algo, básicamente não é carne nem é peixe, pois é um calhamaço dos diabos para telefone e é uma espécie de pigmeu dos pc's, para além de que o facto daquele gadget que é suposto ser uma espécie de pc não ter teclado, é coisa a mais para a minha cabecinha provinciana e pouco arrojada em matéria de alta técnologia.

Estou certo do sucesso que este produto vai ter neste nosso país, onde as pessoas recorrem a crédito para férias, para móveis, para mamas e para muitas outras coisas quando básicamente o grosso de nós não tem dinheiro nem para mandar cantar um cego (desculpem lá os cegos, não é nada pessoal, mas diz que vocês cantam que se fartam), no dia do lançamento deste cruzamento de pc com telemóvel de última geração vai haver, com certeza, dezenas ou centenas de gajos à porta das FNAC e das WORTEN deste país para serem os primeiros a ter a engenhoca, ainda que, um mês depois a possam comprar quase por metade do preço e que para isso tenham de dormir uma noite à porta do C.C.Colombo.

Posto isto tudo vem aquela que para mim é a piece de resistence deste lançamento. O nome.

Não é que aquelas mentes criativas, depois do sucesso atingido com o iPOD, gadget que operou uma autentica revolução no mundo da música, decidiram, originalmente, chamar este seu novo invento de iPAD.

Relativamente a isto só me apraz dizer o seguinte: fico desde já a aguardar os lançamentos do iPED, do iPID e do iPUD que, não sabendo ainda o que são, era capaz de doar o meu testículo esquerdo à ciência se, macacos me mordam, eles não vão andar por aí mais ano menos ano.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

2 seguidas já é muito para mim!!!

Pois é meus amigos, tenho de admitir que o meu filho Martim começa a ter um fundo de verdade quando diz que eu tou a ficar velhote.

Por muito que me custe admitir, a verdade é que o peso da idade já se começa a fazer sentir, começo a sentir que o vigor, a frescura e a virilidade já não são, em determindadas actividades da minha vida, a mesma coisa de antigamente.

Eis que no domingo à noite foi a primeira, uma hora e meia, ali, pumba, pumba, pumba, a suar, para trás e para a frente, uma canseira.

Depois foi segunda-feira à noite, mais uma hora, ali, pumba, pumba, pumba, novamente a suar, ali para trás e para a frente, outra vez uma canseira...

Resultado, ontem (terça-feira) estava todo roto, com sono e dores no corpo.
Hoje, ainda me encontro meio partido.

Tenho de me acalmar nas futeboladas com os amigos, é que duas seguidas já não são para mim... hã??!! o quê??? estavam a pensar no quê???!!!

ahhhh!!!!....Porcos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Xi ca vergonha...

Hoje fui com o meu filho Martim ao Hospital.

Aparentemente está tudo bem com ele, no entanto e como ele já há uns 15 dias que anda com umas borbulhitas que teimam em não passar, e de noite coça-se como se não houvesse amanhã, eu e a minha mulher decidimos que era melhor levá-lo, por descargo de consciência, ao médico.

Esta tarde levei-o ás urgências de pediatria do Hospital da Luz, quando chegámos tudo correu bem. Fizemos a inscrição, e fomos aguardar para a sala de espera para que nos chamassem para a triagem.

Ele, do alto dos seu 3 anos de idade, chegou de mão dada comigo, sentou-se ao meu lado numa das cadeiras da sala de espera e ficou a olhar para uma televisão que passava imagens dos desenhos animados dos Litle People.

Com um Gormiti numa mão e com um boneco da Lego na outra lá ficou, impecável, ora a olhar para a televisão, ora a brincar com os bonecos, ora a falar comigo.

Eu, orgulhosamente, ía reparando nos olhares ternurento e embevecidos das outras pessoas da sala de espera, do género "olha que bem que se porta aquele menino", ou "olha que querido encostado ao papá a falar com tanta desenvoltura"

No entanto, sem que nada o fizesse prever (a não ser a hora e meia que estivemos á espera), o garoto foi tomado de assalto por um espírito demoníaco, que teve como resultado, qual "carocho" acabado de dar nos ácidos, um click que o tornou eufórico de tal maneira que num instante aconteceram 3 coisas;

1º os outros putos da sala de espera de um momento para o outro ficaram, como que obrigados a "partilhar" os seus brinquedos com o Martim.
2º o volume do meu puto ficou de tal maneira alto, que tenho ideia que quem passasse na segunda circular com a janela do carro aberta, ainda ouvia os disparates que ele vociferava.
3º as caras das mesmas pessoas, que ainda há pouco olhavam ternurentamente e embevecidamente para o meu bem comportado filho, tornou-se gradualmente num olhar de espanto/reprovador/que raio de pai é aquele gajo que não controla o filho.

O que é que eu fazia entretanto??? corava. corava quase até rebentar enquanto lá ía dizendo "desculpe...", "dá o brinquedo ao menino...", "olha vamos lá fora um bocadinho...", "olha senta aqui com o pai..." e andava de um lado para o outro atrás dele a puxá-lo para a esquerda, depois para a direita, depois para cima, depois para baixo...ufff... já estou cansado só de relembrar...

Parece que ainda vejo o olhar aliviado das pessoas na sala de espera quando vieram chamar "menino, Martim Pereira, pode entrar." e lá me levantei eu, e qual saco de batatas, pus a encarnação do poltergeist ao ombro para o levar para a consulta.

Lá dentro portou-se bem, foi extremamente educado e, por isso, recebi grandes elogios da médica que o assistiu, que me disse que ele tinha uma grande personalidade e que era um grande tagarela.

Ele normalmente até é bem comportado, portanto espero que isto seja a excepção que vá confirmando a regra.

Quanto a visitas destas ao hospital, espero que tenha tido hoje a minha quota até à próxima década, mas atendendo ao facto de que para além do Martim ainda tenho o Vasco que também é bom de assoar, cheira-me que esta década ainda vou ter, qual exorcista, de lidar com as personalidades exporádicamente diabólicas dos meus dois rebentos.

De qualquer forma o pai gosta muito de vocês meus piolhos eléctricos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Tou velhote.!

Há uns dias, numa manhã seguinte a uma futebolada com os amigos, estava a sair da cama com o meu filho Martim a observar-me.

Como tinha corrido mais do que é habitual no jogo da noite passada, saí da cama a andar devagarinho de forma a desenferrujar as pernas que estavam pesadas e presas de movimentos.

Martim: - estás a andar devagarinho pai, tás um bocado velhote.

Já está, perto do 32 anos de idade levei, da ampulheta do tempo personificada no meu filho mais velho, a primeira bofetada nas fuças.

Hoje, com os mesmos intervenientes:

Martim: - pai, o que é uma casa de repouso?
Eu: - é um sítio para onde as pessoas velhotas vão viver para descansar.
Martim: - pai, tu és um bocado velhote, porque é que não vives lá?...

Pumbas, segunda bofetada em pouco mais de 2 semanas, se eu apanho a sacana da ampulheta...

O Downhill

Eu adoro quase tudo o que seja desportos, desde que me conheço por gente já pratiquei um porradão de actividades desportivas, Futebol, Futsal, Karaté, Taekwondo, Ténis, Squash, Musculação, BodyBoard, Golfe, uns Federado, outros com amigos e por pura carolíce.

Algumas destas actividades já me renderam, dedos partidos, roturas de ligamentos nos joelhos, nos tornozelos, ruturas no tendão de aquiles, um quase afogamento, enfim, um sem número de situações animadas que, ao todo, já me renderam estadias em hospitais, meses e meses de muletas e algumas dezenas de sessões de fisioterapia.

Não convencido com o que um médico nas urgências do Hospital de Cascais, numa das minhas visitas àquela "prestigiada" instituição, me disse enquanto me engessava uma perna (...vocês não aprendem que o desporto só faz mal à saúde...), mais recentemente decidi, em conjunto com o meu irmão, "inventar" um bocado no Downhill/Freeride.

Para os menos familiarizados com a modalidade, esta actividade consiste num gajo, que tem de ser no mínimo meio-maluco, a descer em cima de uma bicicleta por uma serra abaixo, entre calhaus, valetas, terra, lama, arvores e arvoredos, a velocidades, de por vezes (já nós atingimos!), mais de 50 kms/h.

Ora como não podia deixar de acontecer isto, para o meu lado, já deu para o torto umas 2 ou 3 vezes.

A primeira foi logo no dia inaugural da nossa experiência na modalidade.
No final da descida da serra de Sintra, acabamos a maior descida sem incidentes a assinalar e chegamos á barragem do Rio da Mula.

O meu irmão, que tem uma boa dose de maluqueira enfiada naquela cabeça gadelhuda que ele tem, decide ali junto à barragem descer um sulco e acabar com um salto para a margem da barragem ,já quase junto à àgua. E se assim o decidiu melhor o executou. Com uma técnica brilhante, deslizou sulco abaixo acabando com um salto pleno de técnica (entretanto 2 outros BTTistas admiravam a habilidade dele do outro lado da barragem.

Eu, já plenamente convencido de que aquilo ía dar para o torto, ainda lhe perguntei com ar decidido e de quem apenas quer avaliar o grau de dificuldade do óbstáculo "então, faz-se bem?", resposta óbvia "na boa...", pois claro nem poderia ser de outra forma.

Nada nada convencido com aquela resposta, até porque o meu irmão apesar de ser quase 4 anos mais novo que eu, sempre foi mais afoito e destemido naquelas coisas, montei na bicicleta (os outros 2 lá continuavam a observar como quem adivinhava o que aí estava para vir) e comecei a fazer a descida, em pé nos pedais, e de dedos nos travões as rodas começaram a delizar e 2 segundos depois, estava deitado no chão com uma aguda e lacinante dor na peida, que me apanhava perna abaixo e me apanhava costas acima, que até me pôs a ver tudo branco.

O épico bate-cu que mandei, mesmo em cima de um calhau que se atravessou, sem avisar, à minha frente, foi o pior de toda a minha existência. Enquanto o meu irmão me dava água à boquinha e me punha um chocolate na boca para que o açucar me despertasse os sentidos que se estavam a perder, os outros dois riam (pois claro) da minha triste figura naquele primeiro dia de Downhill.

Após recuperado do incidente, com as nalgas negras e esfoladas, lá continuamos o nosso caminho rumo à Amoreira, como era o primeiro dia, desde há muito, que andava de bicicleta, até chegar a casa do meu irmão aquela "voltinha" pareceu-me uma viagem de 2500kms pelos vales do demónio. Parei 790 vezes, tive cãibras que nem andar me deixavam, mas lá chegámos ao destino.

A semana seguinte, principalmente os primeiros dias, foram longos, doridos e pesarosos, no entanto no domingo seguinte lá estávamos nós novamente a descer a Serra de Sintra.

Depois deste episódio, já fiquei pregado a uma árvore numa curva a alta velocidade mal calculada, já fiquei enfiado num molho de cardos da cabeça até à cintura (e aquela porra picava), e já descemos a serra com um verdadeiro diluvio, com calor de morte, de manhã, ao final da tarde, de todas as formas possíveis e imagináveis sem nunca desistir.

Apesar de todas as dificuldades, dores e esforço dispendido nesta modalidade, o respirar aquele ar puro da serra profunda, é uma sensação de inacreditável bem estar e leva, principalmente ao domingo de manhã, milhares de pessoas á Serra de Sintra, onde independentemente de nos conhecermos ou não, todos nos cumprimentamos, à medida que nos vamos cruzando, nos trilhos e single tracks da serra.

Já há uns tempos que não vamos descer a serra e já sinto algumas saudades, espero que possamos retomar as nossas descidas em breve.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Eu vi o gajo!!!

Há uns dias estava a dar uma vista de olhos pelo expresso online e fui confrontado com uma notícia sobre a divulgação, pelo FBI, de fotografias do Osama Bin Laden trabalhadas por forma a que ele parecesse mais velho.

As fotografias estavam, sim senhor, muito bem trabalhadas, o Bin parecia efectivamente mais velho, mas foi uma parte do texto que acompanhava as fotos e a notícia que me despertou mais atenção.

Segundo o Expresso online as Agências de Inteligência dos Estados Unidos, já gastaram milhões de euros em recompensas, por informações credíveis a respeito do paradeiro do Sr. Bin.

Está ainda em vigor, segundo a notícia, uma recompensa de 17.000.000€ para quem dê informações que levem à captura desse Sr. da guerra, vulto do terror, Media Star e, digo eu, palerma do Bin Laden.

Ora a primeira coisa que me ocorreu ao ler o valor da recompensa, e depois de uma exaustiva e personalizada análise à foto do mamífero foi: "ESTOU RICO", porquê? passo a explicar.

Imaginem vocês a minha sorte que, exactamente, no dia antes de ler aquilo eu vi o gajo duas vezes no mesmo dia.
A primeira foi numa ruelazita que liga o Martim Moniz ao largo do Intendente e a segunda na esplanada de um cafézinho na Brandoa que se chama o "Brandoas das Boas". Na altura, quando o vi, não liguei mas depois de ver as foto, que diabo, saiu-me o jackpot...yupii

Estou desde já disponível para acompanhar alguém da CIA do FBI ou de outra qualquer Agência Governamental Norte Americana para ir ao local mostrar o desgraçado, certo porém de que nestes dois locais, se não encontrar o Bin que vi no outro dia, vou com certeza encontrar outro que se vai, credívelmente, parecer com o verdadeiro, uma vez que as fotos divulgadas podem ser do Bin, mas também podem ser do Senhor que explora a Retrosaria da Rua de S. Lázaro ou do Mullah da Mesquita Central ali à Praça de Espanha.

Neste momento a pergunta que se impõe é: para onde é que raio mando o meu NIB? é que 17.000.000€ neste momento, não que façam muita falta, mas davam-me um certo jeito.

P.S. Sobre o verdadeiro Bin Laden aquilo que me apraz dizer é que, sendo ele um multi-milionário saudita, andar por aí a fazer guerra santa, explodir com aviões contra pédios e cortar cabeças a jornalistas pode ter as seguintes explicações:
ou ele é completamente idiota, palerma, despropositado e ligeiramente sádico-taralhoco, ou então tem um pénis extremamente díminuto.
Mas conhecendo, muito ligeiramente, o islamismo acho que a real culpa deste atrasado mental e de todos os fundamentalistas islâmicos serem como são é de Alá, do Profeta Maomé e do Alcorão.

Agora que já espicaçei a totalidade do extremistas islâmico, dão-me licença mas vou só ali abaixo fazer um seguro de vida, com um prémio maior, não vá a minha cabeça aparecer espetada numa estaca aí num beco escuro qualquer.

Forte Abraço a todos os Sufis (Muçulmanos Moderados)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Hoje começou bem o dia :)))

Estou certo que todas as pessoas gostam de ser confrontadas, logo pela manhã, com notícias que lhes despertam bem estar e boa disposição.

Pois foi exactamente isso que me aconteceu hoje.

Aquando do dar à ignição do meu carro para ir para o trabalho, perto da 8 da manhã, com os olhos arremelgados e pleno de sonambolismo, eis que senão quando as ondas hertezianas do meu auto-rádio começam a debitar uma notícia que subitamente, e qual agulha espetada na "nalga" (adoro a palavra nalga), me despertou até ao mais apurado dos sentidos.

Dizia qualquer coisa do género " Sá Pinto e Liedson envolvem-se em confrontos após vitória de 4-3 ao Mafra"

Eu, como qualquer bom benfiquista, fiquei logo as esfregar as mãozinhas de contentamento.

Parece que o Sá Pinto, que últimamente tinha caído em tão boa graça da esmagadora maioria dos sportinguistas, pelo bom trabalho que tem vindo a desenvolver desde que substituiu a mosca morta do Pedro Barbosa na Direcção Desportiva do futebol leonino, não perdeu ainda a mania de andar ao peido e ao coice quando, vai-se lá saber porquê, as celulas cerebrais do animal fazem faísca, qual choque eléctrico trifásico.

Depois de, em 1997, ter aviado ao soco o Artur Jorge, na altura Seleccionador nacional e numa altura em que o homem recuperava de uma operação a um tumor cerebral (isto porque não foi seleccionado para representar a equipa das quinas), parece que ontem à noite, após "estonteante" vitória (eheheheh) sobre a potência da segunda divisão que é o Mafra (11º classificado da série centro da 2ª divisão) por 4-3, o Dirigente Leonino envolve-se à pancadaria com aquele que é o mais querido dos atletas do clube de Alvalade, Liedson.

Parece-me que há duas coisas que são certas neste momento:
1ª - o Sá Pinto para além de pertencer (ainda que longíquamente) à família real portuguesa, deve ter uma espécie de cruzamento de sangue com Bulldog Argentino, daqueles que nascem já com raiva e a espumar do canto da boca.
2ª - o Sá Pinto para além do exposto no ponto acima, é... como é que hei-de explicar... um calhau com dois olhos.

Como se já não bastasse ter sofrido um afastamento permaturo da Selecção Nacional, numa altura em que estava no seu pico de forma, perde agora o "tacho" que lhe arranjaram no SCP e, digo eu, ficando comprometida sériamente a sua continuidade ao serviço, não só do SCP, como em qualquer outro clube de Futebol.

Com a questão da queda em desgraça do Ricardo "coração de leão" Sá Pinto, o meu dia já estava garantido, no entanto o facto da cena de bofetada ser com o "levezinho" deu um gostinho especial à coisa.
Isto porque aquele tipo enverva-me duma maneira que até sinto as unhas dos pés encaracolar; 1º porque não é do Benfica (e o homem é bom jogador);
2º porque para além de ser jogador do SCP, tende sempre a meter uma batata ou outra quando joga contra o benfica;
3º porque com aquele ar de etíope esfomeado o tipo é rijo que nem cornos, quando pensamos "..ah e tal foi operado ao joelho agora é que fica no estaleiro..." pumba, o tipo recupera em 26 dias, entra no jogo e marca dois golos em 20 minutos.

A minha secreta esperança é que o José Eduardo Bettencourt, ainda tenha a bolsa escrotal no sítio e, a título de exemplo, afaste o levezinho do plantel.
Se isso não acontecer, pode ser que hajam mais demissões no SCP nomeadamente a do JEB, facto que vai destabilizar o cube...
uí ca bom ver os nossos adversários na rua da amargura...

De resto só me apraz dizer: Carrega Benfica.....rumo ao título 2009/2010

Post Scriptum: Este post é dedicado ao meu sogro, aos meus cunhados e a todos os meus amigos lagartões, um forte abraço e bem hajam (eheheheheheh)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

"Está óptimo..."

Hoje de manhã, uma colega de trabalho veio eufórica ter comigo a dizer:

-já nasceu, já nasceu....

quem tinha nascido foi o seu segundo sobrinho filho de uma sua irmã mais velha.

-ai já??!!, respondi eu, logo seguido do típico, ...e correu bem? está tudo bem com os dois?
-sim correu tudo bem..., respondeu-me a minha colega, o bebé está óptimo...nasceu 2 semanas antes do previsto mas está tudo bem, "normal, pensei eu que já passei por isso duas vezes"
-ai sim?! perguntei entusiasmado, ...e quanto pesa?
- 2500gramas, está na encubadora e ligado ao ventilador, parece que tem um problema respiratório e uma válvula do coração que não está bem desenvolvida...

ahhhhh....então para além dos problemas cardiacos, respiratórios, de ter nascido com o peso de um pequeno coelho anão e estar ligado a um ventilador ele está óptimo...!!

Eu não tenho nada a ver com o entusiasmo alheio, muito menos o quero abalar de alguma forma num momento tão belo como o nascimento de um familiar tão próximo (independentemente de ele ter o peso de uma ratazana daquelas que se diz estarem por baixo do convento de Mafra), no entanto pensei para mim que se fosse com algum dos meus filhos, eu estava neste momento completamente borrado e o adjectivo "está óptimo" não me passaria pela cabeça...mas isto sou eu que sou hipocondíaco

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Casamento e adopção Gay.

Como sou um tipo ambicioso, para o meu primeiro post decidi tecer considerações sobre um tema actual e não pouco controverso. O casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adopção por estes casais.

Sei que isto é coisa que dá para escrever aí 742.357 posts (por estimativa) mas o meu objectivo é ser curto e grosso, por isso, cá vai.

Os Almoços de trabalho, conversas de amigos e conversas ou eventos de família, serão as minhas principais fontes de alimentação blogista.

Como tal, num almoço de trabalho, e a respeito do tema em destaque neste post, um colega dizia "..eh pá, não posso com estes panascas, por mim enrabava-os a todos com ferros em brasa...", pensei: tá giro, mas acho que é pouco profundo para um tema que merece a nossa mais cuidada atenção.

Outro dizia, "...casar sim, adoptar não...", outro ainda "...por mim iam casar a Espanha..." e foram-se trocando argumentos enquanto se degustavam uns pastelinhos de bacalhau com arroz de feijão.
Durante o almoço não expus grande parte daquilo que penso, até porque havia pessoas à mesa que me pagam o ordenado (que é coisa que me faz algum jeito) e eu não os queria confrontar... não vá o diabo tecê-las.

No entanto é assunto sobre o qual tenho opinião formada, a qual passo a explicar.

Não tenho nada contra os homosexuais, por mim sim senhor, podem ser "meiguinhos" uns para os outros, agitarem bandeirinhas cheias de arco-iris, fazerem paradas onde orgulhosamente dão beijinhos na boca uns dos outros enquanto cantam o YMCA que a mim não me aborrece grandemente.

Por mim acho que são pessoas engraçadas e animadas mas a ideia de que fazer amor entre eles é capaz de ser coisa para aleijar e de que anatomicamente falando não tenho uma grande perdição pelo genero masculino, perferi antes relacionar-me sempre com meninas e por mim posso continuar assim que não me chateio.

Casamento Gay, acho que devem poder ter acesso a essa "instituição" como qualquer outra pessoa.
Adopção Gay....é mais dificil, no entanto se fosse eu a decidir penso que decidiria pelo sim. Acho que, não sendo uma familia convencional, munida de valores semelhantes aos da maioria das famílias, deve ser melhor viver com um casal gay do que numa instituição de inserção social.

Agora... será que daqui a uns anos não vamos ter mais bandeirinhas aos arco-iris agitadas nas paradas com musica do Village People?? não sei.
Será que a taxa de divórcios não vai aumentar ainda mais? não sei e tmbém não me interessa.

Pelo que tenho falado com amigos a explanar esta minha opinião têm me dito que sou muito liberal e open minded, de qualquer forma e para não "amaricar" muito (não vá o bicho pegar-se por simpatia), quando os meus filhos me perguntarem, "pai, aqueles senhores estão a dar beijinhos na boca um do outro como tu fazes com a mamã!!" a minha resposta vai ser "vamos rápido para o outro lado do passeio, que aqueles senhores são amigos do papão.", e não é que em certas interpretações da palavra "papão" até são??!!!

P.S. os próximos posts prometo serem mais breves