terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Xi ca vergonha...

Hoje fui com o meu filho Martim ao Hospital.

Aparentemente está tudo bem com ele, no entanto e como ele já há uns 15 dias que anda com umas borbulhitas que teimam em não passar, e de noite coça-se como se não houvesse amanhã, eu e a minha mulher decidimos que era melhor levá-lo, por descargo de consciência, ao médico.

Esta tarde levei-o ás urgências de pediatria do Hospital da Luz, quando chegámos tudo correu bem. Fizemos a inscrição, e fomos aguardar para a sala de espera para que nos chamassem para a triagem.

Ele, do alto dos seu 3 anos de idade, chegou de mão dada comigo, sentou-se ao meu lado numa das cadeiras da sala de espera e ficou a olhar para uma televisão que passava imagens dos desenhos animados dos Litle People.

Com um Gormiti numa mão e com um boneco da Lego na outra lá ficou, impecável, ora a olhar para a televisão, ora a brincar com os bonecos, ora a falar comigo.

Eu, orgulhosamente, ía reparando nos olhares ternurento e embevecidos das outras pessoas da sala de espera, do género "olha que bem que se porta aquele menino", ou "olha que querido encostado ao papá a falar com tanta desenvoltura"

No entanto, sem que nada o fizesse prever (a não ser a hora e meia que estivemos á espera), o garoto foi tomado de assalto por um espírito demoníaco, que teve como resultado, qual "carocho" acabado de dar nos ácidos, um click que o tornou eufórico de tal maneira que num instante aconteceram 3 coisas;

1º os outros putos da sala de espera de um momento para o outro ficaram, como que obrigados a "partilhar" os seus brinquedos com o Martim.
2º o volume do meu puto ficou de tal maneira alto, que tenho ideia que quem passasse na segunda circular com a janela do carro aberta, ainda ouvia os disparates que ele vociferava.
3º as caras das mesmas pessoas, que ainda há pouco olhavam ternurentamente e embevecidamente para o meu bem comportado filho, tornou-se gradualmente num olhar de espanto/reprovador/que raio de pai é aquele gajo que não controla o filho.

O que é que eu fazia entretanto??? corava. corava quase até rebentar enquanto lá ía dizendo "desculpe...", "dá o brinquedo ao menino...", "olha vamos lá fora um bocadinho...", "olha senta aqui com o pai..." e andava de um lado para o outro atrás dele a puxá-lo para a esquerda, depois para a direita, depois para cima, depois para baixo...ufff... já estou cansado só de relembrar...

Parece que ainda vejo o olhar aliviado das pessoas na sala de espera quando vieram chamar "menino, Martim Pereira, pode entrar." e lá me levantei eu, e qual saco de batatas, pus a encarnação do poltergeist ao ombro para o levar para a consulta.

Lá dentro portou-se bem, foi extremamente educado e, por isso, recebi grandes elogios da médica que o assistiu, que me disse que ele tinha uma grande personalidade e que era um grande tagarela.

Ele normalmente até é bem comportado, portanto espero que isto seja a excepção que vá confirmando a regra.

Quanto a visitas destas ao hospital, espero que tenha tido hoje a minha quota até à próxima década, mas atendendo ao facto de que para além do Martim ainda tenho o Vasco que também é bom de assoar, cheira-me que esta década ainda vou ter, qual exorcista, de lidar com as personalidades exporádicamente diabólicas dos meus dois rebentos.

De qualquer forma o pai gosta muito de vocês meus piolhos eléctricos.

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