domingo, 31 de janeiro de 2010

O maior Eufemismo que ouvi nos últimos tempos.

Ontem tive um serão bastante bom.
Assim que a minha mulher chegou do trabalho, saltei casa fora, qual seta laçada por uma Besta afinada (é que parecendo que não, estar o dia todo com os dois putos fechado em casa é coisa para levar ao desespero o mais extremoso dos pais, categoria na qual me incluo sem qualquer modéstia).

Então, enfiei-me no carro e lá fui eu rumo a Lisboa para assistir ao vivo ao Glorioso vs V.Guimarães.

Resultado final 3-1, mais uma bela exibição (com dois grandes golos do Carlos Martins mais um do Pablito Aimar) e a certeza reforçada de que este ano o Campeonato dificilmente vai para outro lado, senão os escaparates do Museu da Luz.

Depois de uma caminhada de meia hora desde o Gloriosos Estádio da Luz até Telheiras (onde eu tinha deixado o carro), enfiei-me no carro e conduzi até casa com aquele sorriso no rosto, característico de quem ficou de papinho cheio e de que a vida lhe correu bem.

Cheguei a casa e o pessoal já estava todo na caminha, impecável, vou conseguir jantar descansado enquanto vejo o resumo do jogo num qualquer canal de notícias.

Como o esparguete com massa guisada que a minha mulher preparou para o jantar "não me cheirou" e como ainda vinha influenciado pelo ambiente à volta do estádio, repleto de roulottes de fast-food artesanal, abri dois papo-secos, enfiei duas salsichas em cada um, enchi-os de maionese e ketchup, abri uma bejeca e sentei-me no sofá, conforme planeado a ver as notícias.

Parei na RTP-N, onde estava a dar um programa que se chama Zona Mista, que para além do Pivot da RTP tem dois comentadores, que de tanto se picarem um ao outro em directo, mais parecem o Statler e o Waldorf, os dois velhos da Série "Os Marretas" que tudo criticavam e estavam sempre em desacordo.

Ora bem estes dois "artistas" de seus nomes João Golbern e Bruno Prata, lá foram analisando as incidências da partida, a prestação da equipa de arbitragem (que por sinal foi tão franquinha, mas tão fraquinha que durante o jogo e em alto e bom som, insultei a mãe do Elmano Santos aí umas 230 vezes, isto para além de o ter definido outras tantas vezes como Bovino Mirandês)até que chegaram à análise de um desentendimento que aconteceu entre o Cardozo e o Carlos Martins.

O desentendimento entre o Carlos Martins e o Óscar Cardozo deu-se aquando de um lançe de perigo do Glorioso, o Cardozo optou pelo remate quando tinha o Carlos Martins em melhor posição para alvejar a baliza de Nilton. O Carlos Martins chegou-se ao Cardozo e disse-lhe umas 3 ou 4 vezes "Passa a bola, passa a bola".

O Jorge Jesus na conferência de imprensa desdramatizou a situação e disse que a mesma se deveu ao Cardozo estar obsecado por marcar um golo para o dedicar ao colega de Selecção, o Paraguaio Cabañas, actualmente a jogar num clube mexicano.

Aquando da análise do Bruno Prata ao lance, ele desvalorizou o incidente concordando com o Jesus no aspecto de que o Cardozo estava muito focado em querer marcar um golo para o dedicar ao Cabañas que, palvras do Bruno Prata, "...teve um pequeno problema esta semana..."

Ora esta classificação do problema que afectou o Cabañas, feita pelo Bruno Prata, quase me fez sair a Sagres que estava a beber pelo nariz, tal foi o engasgo que me provocou.

Para os menos familiarizados com o problema que afectou o Cabanãs esta passada semana, o que se passou foi nada mais, nada menos que:
1º estava num bar com os amigos;
2º vai à casa de banho mudar a água às azeitonas;
3º leva um balázio nos miolos e fica vivo mas em estado crítico;

Depois de assentar ideias (durante aí 3 segundos) sobre a razão de tão forte eufemismo, utilizando a espressão "pequeno problema" para classificar um tiro na cabeça, fez-me ficar com uma pena do caraças do Bruno Prata.
Imaginem vocês que, se para ele levar um tiro na cabeça é um pequeno problema, como é que não vai a vida do caro Bruno.

Bruno, se me estás a ler (provavelmente não estás), tu tem calma rapaz, há por aí bons psicólogos, deita-te num divã a soltar a amargura da tua vida. Não entres em desespero, não faças nenhuma borrada.
Apesar de os comentários futebolísticos ficarem bem melhor sem ti, tenho a certeza de que há algo aí pelo mundo à tua espera e que te vai despertar o desejo de viver (preferêncialmente calado e fora dos ecrãs).

"Pequeno Problema"...o homem ficou com parte dos miolos a redecorar um WC público... aí Bruno Bruno...

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